Provavelmente enquanto você lê esse post, já estou no Brasil, estou escrevendo ele do aeroporto de Roma (Itália), esperando a minha conexão pra São Paulo e depois Curitiba.
As últimas três semanas foram provavelmente as melhores por aqui, era a fase final da viagem, já estava ansioso pra voltar, mas ainda assim eu e a Kelly tinhamos alguns países para visitar. Entre eles estava a França, mais especificamente em uma cidadezinha chamada Lisses, que dispensa explicações para os leitores de um blog de Parkour, certo?
Visitar Lisses era um sonho, um sonho que criei depois de algum tempo de prática no parkour e não consegui mais tirar da cabeça. Lá é a Mecca, é o lugar onde tudo começou, onde tudo foi criado, onde os maiores personagens do parkour mundial já estiveram e treinaram. Antes de ir, assisti toneladas de vídeos do local, apenas o Pilgrimage Project eu devo ter assistido umas cinco vezes. Parece que sabemos tudo que vamos encontrar lá, pois já vimos aqueles cenários tantas vezes, mas estar lá por conta própria, tocar, sentir, treinar, é muito diferente, o espiríto de lá te move, mesmo que você não treine, apenas passeie e olhe, é incrível. Para mim estar lá foi muito mais turístico do que qualquer outro lugar da Europa, queria visitar cada canto, olhar as coisas de diferentes ângulos, simplesmente apreciar tudo.
Mas, como sempre, as coisas são sempre maiores e mais díficeis ao vivo do que nos vídeos (mas é tudo bem ‘fazível’). Lisses hoje em dia é um museu, principalmente no outono e inverno, a cidade é um bairro, mesmo. Andando você atravessa a cidade em meia hora. Ninguém por lá fala inglês, então a comunicação não é fácil. Assim que cheguei em um dos picos mais famosos de lá, logo vieram umas crianças falando francês comigo e com a Kelly, a única coisa que entendiamos era “Yamakasi” ou “Parkour”, o resto, nada. Uma dessas crianças ficou com a gente e serviu de guia turístico no primeiro dia, não lembro o nome dele, mas aparentava ter 14 anos e praticava parkour. Ficou me seguindo, admirando e perguntando “Você consegue fazer, e aquele outro? Sério?” Achei engraçado isso, eu estava na Mecca do Parkour e ele estava admirando os meus movimentos, isso só comprovou que o local não é mais tão visitado. Até porque na maioria dos lugares por lá é proíbido treinar, devído a inundação de traceurs nos últimos anos.
Depois de algumas horas treinando tive a oportunidade de conhecer o Adan Dumlap, dono da empresa Take Flight e novo empresário do David Belle. Conversamos bastante, tive a oportunidade de tirar muitas dúvidas e conversar sobre assuntos que não conseguiria, caso não fosse uma pessoa tão próxima ao David (pra você ter uma ideia, ele mora com o David Belle). Infelizmente Deusvid Belle não estava lá, estava gravando um longa metragem com o Robert de Niro e mais uns atores famosos pela Europa. O Adam nos tratou muito bem, nos levou até a casa do Belle e sua família e até nos deu um presente antes de irmos embora. Depois de conhece-lo melhor mudei um pouco minha percepção sobre a Take Flight e até sobre o próprio Belle, tudo pra melhor, garanto!
No dia seguinte dei uma passada rápida no topo do Dame du Lac e fomos treinar em Evry, na famosa catedral. O pico é bem legal e tem muitas opções, o parkour em Evry é legalizado e permitido em praticamente todo o local, o principal pico da cidade é na frente de um posto policial, para se ter ideia. Durante nosso treininho por lá, reconheci o Yann Hnautra passando de longe com uma mulher e nos olhando treinar, com uma papelada em mãos, demorei a perceber que era ele e quando percebi ele já tinha passado. O Adam Dunlap mesmo comentou que ele está sempre lá, treinando praticamente todos os dias. Fiquei na esperança de treinar com ele, mas não deu! Também demos uma passada no Man Power Gap. E, meu amigo, o salto é grotescamente grande, alto, perigoso, longe. Pra faze-lo ou você é muito bom, sem noção ou quem sabe os dois. Eu e a Kelly subimos no prédio e como sempre, é mais alto do que parece.
Antes de deixar Lisses e Evry, saí dar um último passeio pela mecca do parkour, fui a alguns lugares que não tinha ido antes e acabei achando mais alguns spots famosos. Acabei indo no pico do vídeo Acrochess Toy, e saí de lá com uma conclusão: o Belle é um monstro, não sei se ainda vai existir alguém como ele.
Deixamos a França e fomos a Londres, onde me despedi da Kelly e passei 10 dias na casa do Alex Pownall e do Kevin Francome, da Parkour Generations, esperando o tempo passar para voltar para o Brasil. Treinamos algumas vezes, saímos, curtímos e tivemos um ‘great time’, como dizem por lá! Como tudo que é bom, passa rápido, e realmente passou.
Sem dúvida foi uma experiência na europa que irei guardar para a vida inteira. Sorri, chorei, aprendi, treinei, cresci, viajei, VIVI, vi coisas novas, experiencei coisas ótimas, conheci lugares maravilhosos e pessoas incríveis. De cada plano que funcionou a cada um que deu totalmente errado, não me arrependo de nada. Só tenho a agradecer a todos que estiveram do meu lado e ajudaram a tornar esse sonho, realidade, do fundo do meu coração: OBRIGADO!
very good news,your are good boy!
poxa brother, parabens ^^ realizou nao só o seu sonho acredito mas o de muita gente aqui também ;D
bieeennn… muito foda lucas, parabens