Perfil da aptidão física dos praticantes de parkour

Fala galera, tudo firme, forte e flow?

Há alguns anos eu e mais alguns praticantes de Parkour do CTT e de Curitiba participamos como amostra de um estudo sobre o Perfil de Aptidão Física de Praticantes de Parkour realizado Núcleo de Pesquisa em Qualidade de Vida (NQV) – Universidade Federal do Paraná. Este estudo ficou pronto e foi publicado na Revista Brasileira de Medicina do Esporte no mês passado.

Participaram da pesquisa 13 praticantes da cidade de Curitiba e o tempo mínimo de treino exigido na época era de 6 meses, até porque a maioria dos praticantes na época não possuíam muito tempo de treino. Foram avaliadas diversas capacidades/habilidades físicas como flexibilidade, impulsão de membros inferiores, força/resistência de membros superiores, força/resistência abdominal, capacidade cardiorrespiratória, etc.

Abaixo alguns resultados encontrados nas avaliações:

  • 53.85% dos praticantes estavam baixa aptidão cardiorrespiratória, e 46.15% com aptidão adequada.
  • 46.15% dos praticantes apresentaram baixa aptidão de resistência abdominal, e 53.85% apresentaram aptidão recomendável (boa).
  • A potência média dos praticantes avaliados foi considerada como regular em todos os indivíduos.
  • 69.23% dos praticantes foram considerados como baixa flexibilidade.
  • 84.62% dos praticantes apresentaram bons níveis de força/resistência de membros superiores.

O estudo cita o Parkour como uma atividade acíclica, com ênfase em saltos e atividades de força nos braços, sendo assim, apresentou melhores valores nos testes de impulsão horizontal, vertical e força de membros superiores.

Por fim, a pesquisa conclui:

“A prática de Le parkour parece não exigir grande aptidão física em sua prática, sugerindo que possa ser realizada por qualquer pessoa dentro das suas condições físicas e limitações.”

Acredito na importância de refletir esse estudo por dois principais motivos.

(1) Vermos a importância das variáveis que se apresentaram abaixo da média (aptidão cardiorrespiratória e flexibilidade) e dar mais importância a estes itens em nosso período de treinamento. Acredito que de 2008 (coleta de dados) para cá, muitas coisas mudaram nos treinos de parkour, além de que 6 meses de treino (principalmente quando se treinava apenas 1 vez por semana) é muito pouco tempo para se ver grandes alterações. Mesmo assim devemos nos atentar para nossas deficiências e tentar ser o mais completo possível. Lembrem-se, nós praticantes, somos o exemplo… Para que o parkour possa ser considerado uma prática aconselhável para a qualidade de vida, precisamos melhorar nossa aptidão e ter essa qualidade em nossas próprias vidas.

(2) Fico feliz em saber que o parkour começa (cada vez mais) a ser estudado, analisado apresentado no meio científico. Acredito que estudos e publicações científicas (tanto na área fisiológica quanto antropológica/sociológica) são fundamentais para um melhor desenvolvimento do parkour no Brasil. Quanto mais estudos forem surgindo, mais bases teóricas teremos, e o parkour será visto com mais seriedade.

Eu costumo dizer que a um tempo atrás houve a necessidade de espalhar o parkour para todo o país, para que todos soubessem que existia. Hoje muitas pessoas já viram ou ouviram falar, mas infelizmente o parkour possuí uma imagem distorcida, aquela de “os loucos que saem pulando”. Depende de nós lutarmos para que a prática seja vista como ela realmente é.

Este é um dos principais objetivos do GAP, defender o parkour verdadeiro e passar a prática de maneira que traga benefício para as pessoas, desenvolvendo todos os aspectos das suas vidas.

Grande abraço e bons treinos!.

Cassio Jr.

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